Alemanha 2 X 1 Argélia.
Gol de Schürrle, que entrara no segundo tempo, aos dois minutos do primeiro tempo da prorrogação, e de Özil, aos 15 do segundo tempo da prorrogação, e do argelino Djabou já nos descontos da extensão de tempo.
A vaga é dos alemães, mas os heroicos argelinos podem se cobrir de glória e dignidade: superaram todas as expectativas com uma partida corajosa, digna, inteligente e disputada com raça e coração.
Bravos argelinos: encararam com igualdade a máquina de jogar futebol lotada de craques da Alemanha e, em meio a uma chuva de cãibras e desabamentos de cansaço dos dois lados, ainda conseguiram fazer um gol na extensão da prorrogação.
E por pouco não empatam o jogo...
E que jogo! Que exemplo da Argélia! Que dignidade! Que luta! Que Copa é essa, amigo?
Partida bacana e emocionante do primeiro ao último segundo.
Racionalmente, ninguém que entende um mínimo de bola apostaria numa resistência tão grande da Argélia diante da seleção mais organizada, planejada e bem treinada do mundo na atualidade.
Os alemães tiveram entre 67% e 80% de posse de bola nos 120 minutos de bola rolando.
Mas, ao contrário do que verdadeiramente esperávamos eu, você e a maioria dos seres do planeta (confesse...), a parada não esteve decidida a favor dos germânicos até praticamente o último minuto da prorrogação. Tudo ficou aberto - e temperado pela deliciosa, digna e destemida coragem dos argelinos na marcação adiantada e eficiente.
Tudo exposto como sardinha em lata após a volta olímpica do abridor. Estratégia da Argélia desde o início: entregar a bola à Alemanha e fechar a casinha, o quintal, tudo, esperando as bolas salvadoras ou vadias, como se queira ver, dos contra-ataques.
Deu certo até o segundo minuto da prorrogação, sobretudo pela velocidade imposta pelos atacantes na retomadas argelinas para o ataque.
Além de ser inteligente, visto que encarar de igual para igual quem é mais forte costuma ser roubada em 90% dos casos, a estratégia argelina parecia inteligente.
E também digna, porque se defendia nas situações em que não poderia ser melhor (quando os alemães talentosos tinham a bola) e partiam para o ataque com velocidade, verdade e coragem ao recuperar a redonda.
Até quando a Argélia iria aguentar segurar essa estratégia diante da versão moderna da divisão panzer alemã ninguém sabia.
Muitos – eu entre eles – torciam para que fosse até o final feliz, mas não deu.
A partir do primeiro gol alemão, aos dois minutos da prorrogação, a tática do contra-ataque, antes realista e perfeita, virou-se contra seus aplicadores, os argelinos.
Extasiada, exausta, a seleção da Argélia não conseguia penetrar na zaga alemã, que – ironia -, passou a espetar o adversário com contra-ataques mortais, uma das especialidades dos germânicos.
E não deu outra: no último minuto da prorrogação Özil aumentou para 2 a 0.
Valente, os argelinos ainda fizeram um gol nos descontos e tentaram mais dois ataques – mas não havia mais tempo.
Final: Alemanha 2 X 1 Argélia.
Experiente, talentosa, equilibrada, disciplinada, planejada e dedicada Alemanha, a vaga é sua – e a França a espera.
Mas a honra toda, o orgulho todo, os méritos todos são de vocês, heroicos argelinos.
É isso.
E, mais uma vez, em tempo: que copa é essa, meu amigo?
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